A Proclamação da República
Brasileira foi um levante político-militar ocorrido em 15 de novembro de 1889 que instaurou a forma republicana federativa presidencialista do governo no
Brasil, derrubando a monarquia constitucional parlamentarista do Império do
Brasil e, por conseguinte, pondo fim à soberania do imperador D. Pedro II. A proclamação ocorreu na Praça da
Aclamação (atual Praça da República), na cidade do Rio de Janeiro, então
capital do Império do Brasil, quando um grupo de militares do exército
brasileiro, liderados pelo marechal Manuel Deodoro da Fonseca, destituiu o
imperador e assumiu o poder no país.
Foi instituído, naquele mesmo dia 15, um governo
provisório republicano. Faziam parte, desse governo, organizado na noite de 15
de novembro de 1889, o marechal Deodoro da Fonseca como presidente da república
e chefe do Governo Provisório; o marechal Floriano Peixoto como
vice-presidente; como ministros, Benjamin Constant Botelho de Magalhães,
Quintino Bocaiuva, Rui Barbosa, Campos Sales, Aristides Lobo, Demétrio Ribeiro
e o almirante Eduardo.
Na prática a Proclamação da República só beneficiou uma pequena parcela da população brasileira. Os negros, os pobres, e as mulheres ficaram excluídos, como sempre somente os poderosos usufruíram dos benefícios.
Título: 1889
Autor: Laurentino Gomes
Editora: Globo
ISBN: 9788525054463
Capa: Brochura
Editora: Globo
ISBN: 9788525054463
Capa: Brochura
Ano de lançamento: 2013
Páginas: 416
Onde Comprar: Submarino
Resumo: 1889 – Como um imperador cansado, um marechal vaidoso e um professor injustiçado contribuíram para o fim da Monarquia e a Proclamação da República no Brasil é um livro de autoria do escritor, jornalista e historiador Laurentino Gomes. É o último livro da trilogia sobre o Brasil do século XIX de Laurentino Gomes, iniciada com as obras 1808 e 1822, que contam o período de transição do Brasil da colônia para a república, começando com a transferência da corte portuguesa para o Brasil no ano de 1808, depois com a independência no ano de 1822 e, por fim, com a proclamação da república no ano de 1889.
Páginas: 416
Onde Comprar: Submarino
Resumo: 1889 – Como um imperador cansado, um marechal vaidoso e um professor injustiçado contribuíram para o fim da Monarquia e a Proclamação da República no Brasil é um livro de autoria do escritor, jornalista e historiador Laurentino Gomes. É o último livro da trilogia sobre o Brasil do século XIX de Laurentino Gomes, iniciada com as obras 1808 e 1822, que contam o período de transição do Brasil da colônia para a república, começando com a transferência da corte portuguesa para o Brasil no ano de 1808, depois com a independência no ano de 1822 e, por fim, com a proclamação da república no ano de 1889.
Nas últimas semanas de 1889, a
tripulação de um navio de guerra brasileiro ancorado no porto de Colombo,
capital do Ceilão (atual Sri Lanka), foi pega de surpresa pelas notícias
alarmantes que chegavam do outro lado do mundo. O Brasil havia se tornado uma
república. O império brasileiro, até então tido como a mais sólida, estável e
duradoura experiência de governo na América Latina, com 67 anos de história,
desabara na manhã de Quinze de Novembro. O austero e admirado imperador Pedro
II, um dos homens mais cultos da época, que ocupara o trono por quase meio
século, fora obrigado a sair do país junto com toda a família imperial. Vivia
agora exilado na Europa, banido para sempre do solo em que nascera. Enquanto
isso, os destinos do novo regime estavam nas mãos de um marechal já idoso e
bastante doente, o alagoano Manoel Deodoro da Fonseca, considerado até então um
monarquista convicto e amigo do imperador deposto.
Essas e outras histórias
surpreendentes estão em 1889, o novo livro do premiado escritor Laurentino
Gomes. A obra, que trata da Proclamação da República, fecha uma trilogia
iniciada com 1808. O livro mostra
momentos e passagens importantes na formação da república brasileira, cuja
proclamação já era inevitável, principalmente depois que os militares,
principal apoio da monarquia, se sentiram mal recompensados e desprestigiados
pelo governo, além disso, crescia uma movimentação republicana entre os civis. A obra também traz uma visão sobre os últimos
dias do império brasileiro.
O escritor Laurentino Gomes
Documentário do History Chanel sobre a Guerra do Paraguai, o maior motivo que levou à Proclamação da República do Brasil.
Contexto histórico - A Proclamação da República
A partir da década de 1870, como
consequência da Guerra do Paraguai (também chamada de Guerra da Tríplice
Aliança, 1864-1870), foi tomando corpo a ideia de alguns setores da elite de
alterar o regime político vigente. Fatores que influenciaram esse movimento: O imperador D. Pedro II não tinha
filhos, apenas filhas. O trono seria ocupado, após a sua morte, por sua filha
mais velha, a princesa Isabel, casada com um francês, Gastão de Orléans, Conde
d'Eu, o que gerava o receio em parte da população de que o país fosse governado
por um estrangeiro. O fato de os negros terem ajudado
o exército na Guerra do Paraguai e, quando retornaram ao país, permaneceram
como escravos, ou seja, não ganharam a alforria de seus donos.
O governo imperial, através do
37.º e último gabinete ministerial, empossado em 7 de junho de 1889, sob o
comando do presidente do Conselho de Ministros do Império, Afonso Celso de
Assis Figueiredo, o Visconde de Ouro Preto, do Partido Liberal, percebendo a
difícil situação política em que se encontrava, apresentou, em uma última e
desesperada tentativa de salvar o império, à Câmara-Geral, câmara dos
deputados, um programa de reformas políticas do qual constavam, entre outras,
as medidas seguintes: maior autonomia administrativa para as províncias,
liberdade de voto, liberdade de ensino, redução das prerrogativas do Conselho
de Estado e mandatos não vitalícios para o Senado Federal. As propostas do
Visconde de Ouro Preto visavam a preservar o regime monárquico no país, mas
foram vetadas pela maioria dos deputados de tendência conservadora que
controlava a Câmara Geral. No dia 15 de novembro de 1889, a república era
proclamada.
Muitos foram os fatores que
levaram o Império a perder o apoio de suas bases econômicas, militares e
sociais. Da parte dos grupos conservadores pelos sérios atritos com a Igreja
Católica (na "Questão Religiosa"); pela perda do apoio político dos
grandes fazendeiros em virtude da abolição da escravatura, ocorrida em 1888,
sem a indenização dos proprietários de escravos.
Da parte dos grupos
progressistas, havia a crítica que a monarquia mantivera, até muito tarde, a
escravidão no país. Os progressistas criticavam, também, a ausência de
iniciativas com vistas ao desenvolvimento do país fosse econômico, político ou
social, a manutenção de um regime político de castas e o voto censitário, isto
é, com base na renda anual das pessoas, a ausência de um sistema de ensino
universal, os altos índices de analfabetismo e de miséria e o afastamento
político do Brasil em relação a todos demais países do continente, que eram
republicanos.
Assim, ao mesmo tempo em que a
legitimidade imperial decaía, a proposta republicana - percebida como
significando o progresso social - ganhava espaço. Entretanto, é importante
notar que a legitimidade do Imperador era distinta da do regime imperial:
Enquanto, por um lado, a população, de modo geral, respeitava e gostava de dom
Pedro II, por outro lado, tinha cada vez em menor conta o próprio império.
Nesse sentido, era voz corrente, na época, que não haveria um terceiro reinado,
ou seja, a monarquia não continuaria a existir após o falecimento de dom Pedro
II, seja devido à falta de legitimidade do próprio regime monárquico, seja
devido ao repúdio público ao príncipe consorte, marido da princesa Isabel, o
francês Conde d'Eu. O conde tinha fama de arrogante, não ouvia bem, falava com
sotaque francês e, além de tudo, era dono de cortiços no Rio, pelos quais
cobrava aluguéis exorbitantes de gente pobre. Temia-se que, quando Isabel
subisse ao trono, ele viesse a ser o governante de fato do Brasil.
Embora a frase de Aristides Lobo
(jornalista e líder republicano paulista, depois feito ministro do governo
provisório), "O povo assistiu bestializado" à proclamação da
república, tenha entrado para a história, pesquisas históricas, mais recentes,
têm dado outra versão à aceitação da república entre o povo brasileiro. É o
caso da tese defendida por Maria Tereza Chaves de Mello (A República
Consentida, Editora da FGV, EDUR, 2007), que indica que a república, antes e
depois da proclamação, era vista popularmente como um regime político que
traria o desenvolvimento, em sentido amplo, para o país.
A crise econômica agravou-se em
função das elevadas despesas financeiras geradas pela Guerra da Tríplice
Aliança, cobertas por capitais externos. Os empréstimos brasileiros elevaram-se
de três milhões de libras esterlinas em 1871 para quase 20 milhões em 1889, o
que causou uma inflação da ordem de 1,75% ao ano, no plano interno.
A questão abolicionista
impunha-se desde a abolição do tráfico negreiro em 1850, encontrando viva
resistência entre as elites agrárias tradicionais do país. Diante das medidas
adotadas pelo Império para a gradual extinção do regime escravista, devido a
repercussão da experiência mal sucedida nos Estados Unidos de libertação geral
dos escravos ter levado aquele país à guerra civil, essas elites reivindicavam
do Estado indenizações proporcionais ao preço total que haviam pago pelos
escravos a serem libertados por lei. Estas indenizações seriam pagas com
empréstimo externo.
Com a decretação da Lei Áurea
(1888), e ao deixar de indenizar esses grandes proprietários rurais, o império
perdeu o seu último pilar de sustentação. Chamados de "republicanos de
última hora" ou Republicanos do 13 de Maio, os ex-proprietários de
escravos aderiram à causa republicana, não por causa de um sentimento, mas como
uma "vingança" contra a monarquia.
Na visão dos progressistas, o
Império do Brasil mostrou-se bastante lento na solução da chamada "Questão
Servil", o que, sem dúvida, minou sua legitimidade ao longo dos anos.
Mesmo a adesão dos ex-proprietários de escravos, que não foram indenizados, à
causa republicana, evidencia o quanto o regime imperial estava atrelado à
escravatura. Assim, logo após a princesa
Isabel assinar a Lei Áurea, João Maurício Wanderley, Barão de Cotegipe, o único
senador do império que votou contra o projeto de abolição da escravatura,
profetizou: “ A
senhora acabou de redimir uma raça e perder um trono! ”
Desde o período colonial, a
Igreja Católica, enquanto instituição, encontrava-se submetida ao estado. Isso
se manteve após a independência e significava, entre outras coisas, que nenhuma
ordem do papa poderia vigorar no Brasil sem que fosse previamente aprovada pelo
imperador (Beneplácito Régio). Ocorre que, em 1872, Vital Maria Gonçalves de
Oliveira e Antônio de Macedo Costa, bispos de Olinda e Belém do Pará
respectivamente, resolveram seguir, por conta própria, as ordens do Papa Pio
IX, que excluíam, da igreja, os maçons. Como membros de alta influência no
Brasil monárquico eram maçons (alguns livros também citam o próprio dom Pedro
II como maçom), a bula não foi ratificada.
Os bispos se recusaram a obedecer
ao imperador, sendo presos. Em 1875, graças à intervenção do maçom Duque de
Caxias, os bispos receberam o perdão imperial e foram colocados em liberdade.
Contudo, no episódio, a imagem do império desgastou-se junto à Igreja Católica.
E este foi um fator agravante na crise da monarquia, pois o apoio da Igreja
Católica à monarquia sempre foi essencial à subsistência da mesma.
Os militares do Exército
Brasileiro estavam descontentes com a proibição, imposta pela monarquia, pela
qual os seus oficiais não podiam manifestar-se na imprensa sem uma prévia
autorização do Ministro da Guerra. Os militares não possuíam uma autonomia de
tomada de decisão sobre a defesa do território, estando sujeitos às ordens do
imperador e do Gabinete de Ministros, formado por civis, que se sobrepunham às
ordens dos generais. Assim, no império, a maioria dos ministros da guerra eram
civis.
Além disso, frequentemente os
militares do Exército Brasileiro sentiam-se desprestigiados e desrespeitados.
Por um lado, os dirigentes do império eram civis, cuja seleção era extremamente
elitista e cuja formação era bacharelesca, mas que resultava em postos
altamente remunerados e valorizados; por outro lado, os militares tinham uma
seleção mais democrática e uma formação mais técnica, mas que não resultavam
nem em valorização profissional nem em reconhecimento político, social ou
econômico. As promoções na carreira militar eram difíceis de serem obtidas e
eram baseadas em critérios personalistas em vez de promoções por mérito e
antiguidade.
A Guerra do Paraguai, além de
difundir os ideais republicanos, evidenciou aos militares essa desvalorização
da carreira profissional, que se manteve e mesmo acentuou-se após o fim da guerra.
O resultado foi a percepção, da parte dos militares, de que se sacrificavam por
um regime que pouco os consideravam e que dava maior atenção à Marinha do
Brasil.
Durante a Guerra do Paraguai, o
contato dos militares brasileiros com a realidade dos seus vizinhos
sul-americanos levou-os a refletir sobre a relação existente entre regimes
políticos e problemas sociais. A partir disso, começou a desenvolver-se, tanto entre
os militares de carreira quanto entre os civis convocados para lutar no
conflito, um interesse maior pelo ideal republicano e pelo desenvolvimento
econômico e social brasileiro.
Dessa forma, não foi casual que a
propaganda republicana tenha tido, por marco inicial, a publicação do manifesto
Republicano em 1870 (ano em que terminou a Guerra do Paraguai), seguido pela
Convenção de Itu em 1873 e pelo surgimento dos clubes republicanos, que se
multiplicaram, a partir de então, pelos principais centros no país. Além disso, vários grupos foram
fortemente influenciados pela maçonaria (Deodoro da Fonseca era maçom, assim
como todo seu ministério) e pelo positivismo de Auguste Comte, especialmente,
após 1881, quando surgiu a igreja Positivista do Brasil. Seus diretores, Miguel
Lemos e Raimundo Teixeira Mendes, iniciaram uma forte campanha abolicionista e
republicana.
A propaganda republicana era
realizada pelos que, depois, foram chamados de "republicanos
históricos" (em oposição àqueles que se tornaram republicanos apenas após
o 15 de novembro, chamados de "republicanos de 16 de novembro"). As ideias de muitos dos
republicanos eram veiculadas pelo periódico A República. Segundo alguns
pesquisadores, os republicanos dividiam-se em duas correntes principais: Os evolucionistas, que admitiam
que a proclamação da república era inevitável, não justificando uma luta
armada;
Os revolucionistas, que defendiam
a possibilidade de pegar em armas para conquistá-la, com mobilização popular e
com reformas sociais e econômicas.
Embora houvesse diferenças entre
cada um desses grupos no tocante às estratégias políticas para a implementação
da república e também quanto ao conteúdo substantivo do regime a instituir, a
ideia geral, comum aos dois grupos, era a de que a república deveria ser um
regime progressista, contraposto à exausta monarquia. Dessa forma, a proposta
do novo regime revestia-se de um caráter social revolucionário e não apenas do
de uma mera troca dos governantes.
No Rio de Janeiro, os
republicanos insistiram que o Marechal Deodoro da Fonseca, um monarquista,
chefiasse o movimento revolucionário que substituiria a monarquia pela
república. Depois de muita insistência dos
revolucionários, Deodoro da Fonseca a concordou em liderar o movimento militar. Segundo relatos históricos, em 15
de novembro de 1889, comandando algumas centenas de soldados que se
movimentavam pelas ruas da cidade do Rio de Janeiro, o marechal Deodoro, assim
como boa parte dos militares, pretendia apenas derrubar o então Chefe do
Gabinete Imperial (equivalente a primeiro-ministro), o Visconde de Ouro Preto.
"Os principais culpados de tudo isso [a proclamação da República] são o
conde D'Eu e o Visconde de Ouro Preto: o último por perseguir o Exército e o
primeiro por consentir nessa perseguição", diria mais tarde Deodoro.
O golpe militar, que estava
previsto para 20 de novembro de 1889, teve de ser antecipado. No dia 14, os
conspiradores divulgaram o boato de que o governo havia mandado prender
Benjamin Constant Botelho de Magalhães e Deodoro da Fonseca. Posteriormente
confirmou-se que era mesmo boato. Assim, os revolucionários anteciparam o golpe
de estado, e, na madrugada do dia 15 de novembro, Deodoro dispôs-se a liderar o
movimento de tropas do exército que colocou um fim no regime monárquico no
Brasil.
Os conspiradores dirigiram-se à
residência do marechal Deodoro, que estava doente, com dispneia, e acabam
por convencê-lo a liderar o movimento. Aparentemente decisivo para Deodoro foi
saber que, a partir de 20 de novembro, o novo Presidente do Conselho de
Ministros do Império seria Silveira Martins, um velho rival. Deodoro e Silveira
Martins eram inimigos desde o tempo em que o marechal servira no Rio Grande do
Sul, quando ambos disputaram as atenções da baronesa do Triunfo, viúva muito
bonita e elegante, que, segundo os relatos da época, preferira Silveira
Martins. Desde então, Silveira Martins não perdia oportunidade para provocar
Deodoro na tribuna do Senado, insinuando que malversava fundos e até
contestando sua eficácia enquanto militar.
Além disso, o major Frederico
Sólon de Sampaio Ribeiro dissera a Deodoro que uma suposta ordem de prisão
contra ele havia sido expedida, argumento que convenceu finalmente o velho
marechal a proclamar a República no dia 16 e a exilar a Família Imperial já à
noite, de modo a evitar uma eventual comoção popular. Convencido de que seria preso
pelo governo imperial, Deodoro saiu de sua residência ao amanhecer do dia 15 de
Novembro, atravessou o Campo de Santana e, do outro lado do parque, conclamou
os soldados do batalhão ali aquartelado, onde hoje se localiza o Palácio Duque
de Caxias, a se rebelarem contra o governo. Ofereceram um cavalo ao marechal, que
nele montou, e, segundo testemunhos, tirou o chapéu e proclamou "Viva a
República!". Depois apeou, atravessou novamente o parque e voltou para a
sua residência. A manifestação prosseguiu com um desfile de tropas pela Rua
Direita, atual rua 1.º de Março, até o Paço Imperial.
Os revoltosos ocuparam o
quartel-general do Rio de Janeiro e depois o Ministério da Guerra. Depuseram o
Gabinete ministerial e prenderam seu presidente, Afonso Celso de Assis
Figueiredo, Visconde de Ouro Preto. No Paço Imperial, o presidente do
gabinete (primeiro-ministro), Visconde de Ouro Preto, havia tentando resistir
pedindo ao comandante do destacamento local e responsável pela segurança do
Paço Imperial, general Floriano Peixoto, que enfrentasse os amotinados,
explicando ao general Floriano Peixoto que havia, no local, tropas legalistas
em número suficiente para derrotar os revoltosos. O Visconde de Ouro Preto
lembrou a Floriano Peixoto que este havia enfrentado tropas bem mais numerosas
na Guerra do Paraguai. Porém, o general Floriano Peixoto recusou-se a obedecer
às ordens dadas pelo Visconde de Ouro Preto e assim justificou sua
insubordinação, respondendo ao Visconde de Ouro Preto:
“ Sim,
mas lá (no Paraguai) tínhamos em frente inimigos e aqui somos todos
brasileiros!
”
Em seguida, aderindo ao movimento
republicano, Floriano Peixoto deu voz de prisão ao chefe de governo Visconde de
Ouro Preto. O único ferido no episódio da
proclamação da república foi o Barão de Ladário, que resistiu à ordem de prisão
dada pelos amotinados e levou um tiro. Consta que Deodoro não dirigiu crítica
ao Imperador dom Pedro II e que vacilava em suas palavras. Relatos dizem que
foi uma estratégia para evitar um derramamento de sangue. Sabia-se que Deodoro
da Fonseca estava com o tenente-coronel Benjamin Constant ao seu lado e que
havia alguns líderes republicanos civis naquele momento.
Na tarde do mesmo dia 15 de
novembro, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, foi solenemente proclamada a
República. À noite, na Câmara Municipal do
Município Neutro, o Rio de Janeiro, José do Patrocínio redigiu a proclamação
oficial da República dos Estados Unidos do Brasil, aprovada sem votação. O
texto foi para as gráficas de jornais que apoiavam a causa, e, só no dia
seguinte, 16 de novembro, foi anunciado ao povo a mudança do regime político do
Brasil.
Dom Pedro II, que estava em Petrópolis, retornou ao Rio de Janeiro. Pensando que o objetivo dos revolucionários era apenas substituir o Gabinete de Ouro Preto, o Imperador D. Pedro II tentou ainda organizar outro gabinete ministerial, sob a presidência do conselheiro José Antônio Saraiva. O imperador, em Petrópolis, foi informado e decidiu descer para a Corte. Ao saber do golpe de estado, o Imperador reconheceu a queda do Gabinete de Ouro Preto e procurou anunciar um novo nome para substituir o Visconde de Ouro Preto. No entanto, como nada fora dito sobre República até então, os republicanos mais exaltados espalharam o boato de que o Imperador escolhera Gaspar Silveira Martins, inimigo político de Deodoro da Fonseca desde os tempos do Rio Grande do Sul, para ser o novo chefe de governo. Deodoro da Fonseca então convenceu-se a aderir à causa republicana. O Imperador foi informado disso e, desiludido, decidiu não oferecer resistência.
Dom Pedro II, que estava em Petrópolis, retornou ao Rio de Janeiro. Pensando que o objetivo dos revolucionários era apenas substituir o Gabinete de Ouro Preto, o Imperador D. Pedro II tentou ainda organizar outro gabinete ministerial, sob a presidência do conselheiro José Antônio Saraiva. O imperador, em Petrópolis, foi informado e decidiu descer para a Corte. Ao saber do golpe de estado, o Imperador reconheceu a queda do Gabinete de Ouro Preto e procurou anunciar um novo nome para substituir o Visconde de Ouro Preto. No entanto, como nada fora dito sobre República até então, os republicanos mais exaltados espalharam o boato de que o Imperador escolhera Gaspar Silveira Martins, inimigo político de Deodoro da Fonseca desde os tempos do Rio Grande do Sul, para ser o novo chefe de governo. Deodoro da Fonseca então convenceu-se a aderir à causa republicana. O Imperador foi informado disso e, desiludido, decidiu não oferecer resistência.
No dia seguinte, o major
Frederico Sólon de Sampaio Ribeiro entregou a dom Pedro II uma comunicação,
cientificando-o da proclamação da república e ordenando sua partida para a
Europa, a fim de evitar conturbações políticas. A família imperial brasileira
exilou-se na Europa, só lhes sendo permitida a sua volta ao Brasil na década de
1920.
Bandeira provisória da República do Brasil
Ilustração da Proclamação da República
Bandeira definitiva da República Federativa do Brasil
Marechal Deodoro da Fonseca proclama a República do Brasil
Marechal Deodoro
Dom Pedro II
O Conde D`eu
Eu não consigo entender porquê dizem "proclamação", uma palavra mais polida para traduzir "Golpe Militar".
ResponderExcluirÉ amigo Waldir Filho você tem razão.
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