Editora: Coleções Folha (Folha de S. Paulo)
Páginas: 190
Ano: 2016
ISBN: 9788579492792
Sinopse: “Eu fui convocada”, diz a narradora na primeira linha deste romance de Herta Müller – escritora de língua alemã nascida em 1953 na Romênia, de onde emigrou em 1987 para escapar do regime comunista e desenvolver, na Alemanha, uma obra que lhe valeu o prêmio Nobel de literatura de 2009. A convocação a que se refere a protagonista de O compromisso partiu da Securitate, temível polícia secreta do ditador Nicolae Ceausescu. E o delito que pesa sobre a personagem, que trabalhava numa fábrica de roupas, foi ter colocado bilhetes em ternos destinados à Itália, oferecendo-se em casamento para quem quisesse tirá-la do inferno totalitário. A essas experiências se somam memórias pessoais igualmente traumáticas: do primeiro marido que tentou matá-la, do atual companheiro mergulhado no alcoolismo, do assédio sexual sofrido no trabalho, do assassinato da amiga durante fuga, da família marcada por traições e perseguições. São fatos de que ela se recorda durante o trajeto de bonde que a levará a mais um depoimento ao serviço secreto, compondo uma colagem descontínua de reminiscências resgatadas da morte e do esquecimento pelo lirismo áspero de Herta Müller. Manuel da Costa Pinto Crítico literário e colunista da Folha.
Sinopse: A literatura alemã divide-se em antes e depois de Os Sofrimentos do Jovem Werther, que chega às livrarias brasileiras nesta nova e brilhante tradução de Marcelo Backes.Ao escrever Werther, em 1774, Johann Wolfgang Goethe alcançava sua primeira obra de sucesso e, de quebra, dava início à prosa moderna na Alemanha. Werther não é, simplesmente, um romance em cartas assim como Nova Heloísa de Rousseau ou Pamela de Richardson. Esta que é uma das mais célebres obras de Goethe é o romance de uma alma, uma história interior. Dilacerante, arrebatada é a história de uma paixão literalmente devastadora. Com enorme repercussão quando do seu lançamento, Werther foi um testemunho de como a literatura tinha poder de agir na sociedade. Não foram poucos os suicídios atribuídos ao romance. Johann Wolfang von Goethe nasceu em Frankfurt em 1749 e morreu em Weimar em 1832. Poeta, romancista, dramaturgo, crítico, estadista, tornou-se um dos maiores vultos do pensamento alemão, tendo influenciado várias gerações. Em 1775, a convite do Duque Carlos Augusto, foi administrador de Weimar, onde destacou-se brilhantemente como administrador, financista e estadista. Deixou vasta obra, onde se destacam, entre outras, Werther, Ifigênia, Elegias Romanas (poesia), Fausto, Teoria das Cores, Viagem à Itália, Poesia e Verdade.
Sinopse: Um dos maiores escritores da segunda metade do século XX, o irlandês Samuel Beckett (1906-1989) recebeu o Nobel de Literatura em 1969 e ficou para sempre lembrado pela peça Esperando Godot. No entanto, o ponto alto de sua obra está em narrativas como Malone morre (1951), segundo livro da trilogia composta ainda por Murphy e O inominável. Trata-se quase de literatura abstrata: sem enredo, trama, personagens. No livro, um homem muito velho está preso, nu e inválido, a uma cama do que parece ser um hospital. Toma uma sopa diária e escreve a lápis, num caderno, uma espécie de diário em que mistura pensamentos e histórias sem sentido de pessoas que talvez possam ter sido ele mesmo, não se sabe. Como é comum em Beckett, observa-se e reflete-se sobre o quase nada da vida, tratada com humor sinistro, como se fosse um acúmulo de banalidades fúteis, do qual pouco sobra na memória dos narradores beckettianos – doentes, velhos, mendigos, palhaços. Vinicius Torres Freire Colunista da Folha.









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