Obviamente, que Charles não era feliz em seu casamento arranjado pela mãe, mas resignado, levava a vida como podia. Uma noite, vieram busca-lo para uma emergência em uma fazenda longe de Tostes, pois o Sr. Rouault, que provavelmente era um dos agricultores mais ricos daquelas paragens, havia quebrado a perna e implorava para que Charles o atendesse. Como não poderia negar, Charles foi ao encontro daquele enfermo, e mal sabia ele que logo sua vida iria mudar completamente.
Emma, havia crescido em meio aos romances. Foi educada em um convento e sempre imaginava diversas situações onde existiam amantes, amores, namorados, damas perseguidas e os heróis que sempre vinham no auxílio da mocinha da história. E era assim que ela via o amor, um grande romance, onde seu marido seria seu amante, o aventureiro e o herói. Quando Emma conheceu Charles Bovary, ela imaginava que tivesse encontrado seu príncipe encantado e quando ele fez o pedido, ela não poderia ter ficado mais feliz.
Opinião: Muito tempo se passou desde a minha primeira leitura de Madame Bovary de Gustave Flaubert e mesmo depois de anos e quase sem me lembrar de muitas coisas, posso dizer que a leitura foi, deveras, gratificante. Flaubert tem uma escrita sensacional que te absorve de uma forma tão imersiva que é muito difícil parar de acompanhar as mazelas de Madame Emma.
A partir daí, o autor tece uma crítica mordaz a sociedade e ao papel da mulher, que sempre foi o de submissão completa. Mesmo que as situações descritas no livro sejam vividas na pele da personagem principal, uma mulher, não se pode esquecer de que a escrita é masculina e sempre vai lhe trazer aquela impressão, por menor que seja, que as ações de Emma, são, na verdade, as de um homem não só daquela época como na de hoje.
Podemos também encarar a personagem de Emma como a personificação da frustração dos seres humanos em qualquer época que seja, pois ela demonstra claramente o insaciável desejo de realizações pessoais, onde muitos sequer chegam perto de acontecerem; a grande resistência às mudanças e adequações, que chegam com o progresso e a necessidades de todas as novas gerações entre outros fatos, e, em meio a tudo isso, o desprezo por tudo aquilo que se conseguiu em vida, evidenciando o grande estado antagônico em que o ser humano vive.
Sobre a edição: Mais uma vez a editora Martin Claret surpreende os seus leitores com uma edição no mínimo belíssima. Além dos atributos da escrita em si e todo o significado que Madame Bovary retrata, como dito acima, a editora preparou uma edição com um capricho todo especial para seus leitores, onde o formato escolhido foi o de 23×16, capa dura “inflada” [aquela fofa ou fofinha…kkkkk] com acabamento fosco, folhas amareladas e fonte agradável.
Sobre o autor: Gustave Flaubert nasceu em Rouen em 12 de dezembro de 1821. Escritor importante, marcou a literatura francesa pela profundidade de suas análises psicológicas, seu senso de realidade, sua lucidez sobre o comportamento social e pela força de seu estilo em grandes romances como Madame Bovary, A Educação Sentimental, Salambô e também em seus contos como Trois Contes. Flaubert faleceu em 08 de maio de 1880 aos 58 anos. [fonte: Wikipédia].









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